quarta-feira, 13 de abril de 2011

História - O rato e a lua

O ratinho Larico apontou para a Lua e disse:
- Mãe, mãezinha, eu quero comer aquele queijo.
- Meu filho, aquilo não é um queijo, é a Lua.
- Então eu quero comer a Lua...
- Não digas tolices, Larico. A Lua não serve para comer. A Lua não é um queijo.
- Então eu quero comer um queijo.
- Ratinho impossível! Só pensa em comer. Vou fazer companhia aos seus irmãos, que são mais ajuizados. O Larico ficou sozinho a olhar para a Lua, com a água a crescer-lhe na boca. De repente, zás! Sentiu-se preso numa rede, que lhe tinham atirado. Ouviu vozes. ?Muito cuidado! Não o magoem. Mandem-no para o centro de observações." No Centro de Observações e Pesquisas Espaciais (C.O.P.E.), deram-lhe um banho, enfiaram-lhe um capacete na cabeça e meteram-no num foguete que ia partir, imaginem para onde? Que ia partir para a Lua. O foguete partiu, Fuuuimmm! Chegou à Lua. No dia seguinte, os jornais traziam em grandes letras - UM RATO ASTRONAUTA; LARICO, O HERÓI; RATOS CONQUISTAM A LUA, etc, etc. Mas um sábio, muito sábio, que passava as noites a espiar a Lua, através de um grande óculo, um telescópio, descobriu este facto alarmante: a Lua tinha um bocadinho a menos. Ficaram todos os sábios e os não sábios apavorados: ?Ai, a Lua com um bocadinho a menos". É que já não era um bocadinho, mas um bocadão. A Lua diminuía a olhos vistos. Ratada aqui, ratada acolá, já não era o globo branco que estamos habituados a ver, mas uma coisa sem forma definida, ao longe tão pequena como um pedacito de queijo... Os sábios punham as mãos na cabeça, sem achar solução. Mandar um homem para a Lua não era possível, porque os astronautas estavam todos de férias, sabe-se lá onde. Mandar uma ratoeira? E quem colocava a ratoeira em condições de apanhar o rato? Só se mandassem um gato. Era uma ideia. Mas não, não podia ser. Os gatos não tinham preparação para tais viagens. Enjoavam. Borravam-se de medo... Debatiam-se os sábios nestas dúvidas, quase dispostos a riscar a Lua da lista dos planetas, quando a mãe do Larico, toda lampeira, decidiu, à sua conta, tomar providências. Alçou a cabeça para o céu e, sem mais aquelas, gritou ou guinchou, numa voz que ribombou pelos ares e fez tremer ainda mais as estrelas do firmamento: - Larico atrevido, salte imediatamente daí para baixo ou apanha uma grande sova! O ratinho obedeceu. Foi assim que nós nos salvámos de ficar sem Lua.

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